terça-feira, 26 de maio de 2009

Banguelo

Entro, pego, o prato

Me sirvo, pago, sento

Como, bebo, que bom

Tôdinho, assim me satisfaço


Como, mastigo, sem cuidado

Um caroço, que merda, lascou

Meu dente frágiu

Pronto, quebrou!


Fábio Fena

Metrô Bomdemás

No dia dia me vejo

Sempre aprendendo

Quando penso que muito conheço

Descubro um novo começo


Naquela viajem me deparei

Com uma nova necessidade

Chegar no metrô

E voltar para minha cidade


Caminhei, procurei e encontrei

Lá estava o metrô

Que coisa arretada

Antes nele nunca andei


Entrei desconfiado

Mas antes perguntei

Ao policial ao meu lado

Como funcionava aquele alongado


O alongado chegou

Lá dentro me sentei

Uma voz logo falar

Era um robô a explicar


Que coisa engraçada

Que negócio mais massa

Até estava refrigerado

E só um e quarenta foi pago


O bicho andou pra burro

Pela vidraça eu espiava

A paisagem escura

Por onde passava


Logo um cara ao meu lado

Sentou descansado

Rapidinho eu perguntei

E assim fiquei informado


sabia onde ia e onde saltava

meu pensamento relaxava

meus olhos sempre abertos

e os ouvidos alertava


ó que diversão

adorei aquela viajem

agora só desejo

um metrô em minha cidade



Fábio Fena

ESPELHO



Paro em frente

Assim posso ver

Lá está novamente

A imagem a me ler


Tão parecido e tão igual

Do outro lado do objeto

Será uma prisão

Ou mesmo um portal


Pisco e ele pisca

Pulo e ele pula

Abaixo e ele abaixa

Grito e ele grita


Mas o grito dele é diferente

Na minha vez o som raiou

Já na dele o som pifou

Foi mudo, imitação barata


Volto a perguntar

Do outro lado quem está

Algo a mim similar

Não entendo, preciso decifrar


Então uma hora percebo

Pois o sol lá bateu

A imagem encandeou

No reflexo que era meu


Como fui tão tolo

Em antes não perceber

Que esse objeto mágico tem um nome

É o espelho do meu eu


Fábio Fena 04/02/2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Certa Incerteza

Em cada momento,

Reflito no meu eu,

E surge um novo pensamento,

Sem linhas nem contexto,

Apenas um imaginário


Ilusão distorcida

Recheada de temperos

Tristeza, alegria, ansiedade, angustia, esperança


Sempre buscando algo no infinito

Até perceber que não preciso ir tão longe

Pois a resposta, a solução da imagem que vejo

Está em meu interior,


Quanta estrada, tanto esforço, tanta luta

E pensar por certo momento em meu silencio

Que tudo poderia ter sido em vão


Mais não,


Ainda é tempo,

Pois percebo antes do fim

Que tudo do que preciso

Vem de dentro de mim!



Fábio Fena

CONSEQUÊNCIA

Me encontro doente

Sem entender

Mais de repente

Me pergunto do por quê


Dor de intestino

Muita caganeira

Estrondo no estomago

Vomito de cachoeira


Estou muito mal

Braços pernas enfraquecidos

Pescoço costas doloridos

Isso não é normal


Preciso de ajuda

Física e espiritual

Preciso da cura

Do Ser Divinal


Durmo e relaxo

Como e me hidrato

Tudo parece pouco

Para quem está um fiapo


Aqui vou escrevendo

Sem me esquecer

Que a inspiração ta fraca

Pois tenho a cólera em meu ser


Tantas coisas quantas coisas

Que preciso logo fazer

Mais estão paralisadas

Enquanto o corpo não vencer


Vírus ou bactéria

O que foi que me pegou

Talvez uma maldição

De um ato sem amor


Agora me ajoelho

Nesse momento de dor

Peço o perdão

Ao nosso Criador


Quero essa chance

Para eu explicar

Tudo o que fiz

foi um desejo a se fartar


em breve eu aguardo

que bom ficarei

e aqui em meu quarto

novamente serei rei.


Fábio Fena 13/01/2009 23:00h

SEM EXPLICAÇÃO

Sem mais nada confesso
Contudo me retiro
Aconteceu e ví acontecendo
Não há mais como evitar
Passado que passou

Atrevimento, ousadia, conseqüências
Dor, medo,
Arrependimento?
Após me ver no espelho
Susto susto pelo que fiz no passado
Rosto desfigurado

Antes disso por muito dormi
Sedado, drogado, dopado
Dor insustentável
Pelo que fiz no passado
Retrato falado

Abri os olhos
Me olhavam
Acordei
Noção perdida

Peito cheio de remorso
Mente conturbada
Alma isolada
Trevas e escuridão
Ajude com precisão

Poucas palavras
Mas não posso aceitar
Reclamação sem cessar
Escutar
Pra que
Voltarei a fazer
E todo sentimento se repetirá

Adoro, amo sofrer
Quanta maravilha é minha desgraça
Loucura de toda raça
Sou uma raridade
Tristeza que sempre ameaça
Logo vira realidade

Alguém ordenou
A porta abriu
A ferradura continua
Antes só era uma queda
Agora muita queimadura
Lema de um destino

Orgulho, frieza, minha vontade
Quero mais
Agora, amanhã sempre
Sentir você
Oh dor
Cruel e sem fim
Te amo sem explicação!


Fábio Fena 17/12/08 22:50h

domingo, 24 de maio de 2009

Velocidade X Felicidade

Velocidade, facilidade

É o que importa

Lema dessa sociedade

Caminho sem volta


Quero chegar noutro lado

Em um segundo contado

Sem ter trabalho nem esforço

A máquina fará tudo bem rápido


Avanço tecnológico

Resumindo essa realidade

O sentimento em segundo plano

Essa é a verdade


A sociedade já esqueceu

Que a verdadeira felicidade vem de batalhas

Não de uma vida egoísta e individualista

Dominada por migalhas


As cartas não possuem mais o toque do lápis

Não existe mais a emoção pela espera

Ou até mesmo a estrada de sentimentos

Agora é só um click e lá está em minha tela


As viagens não podem mais serem descritas

Os caminhos e ventos que passam

Nada mais significa

Apenas se quer chegar em um passo


O ser não mais aprecia o poder da imaginação

Tudo é tão real, tão concreto

Mentes abitoladas, tudo fácil

Desenvolvimento das máquina e o dom é desprezado


Quero viver no passado

Sentir o orgasmo da natureza

Quero barrar esse futuro

E garantir a antiga beleza


Seres humanos

Terráqueos

Seres de máscaras

Pessoas


Quem somos, o que queremos

Felicidade ou ilusão

Para onde vamos com o que temos

Abismo de uma natureza em destruição


Fábio Fena - 01/12/2008

Esperança


Enquanto houver esperança
Os rios e mares manterão suas correntes
A mãe natureza com sua lança
Protegerá as espécies sobreviventes

Enquanto houver esperança
Sorrisos e alegrias não se apagarão
Será conservada a inocência das crianças
E em seus caminhos abrir-se á um clarão

Enquanto houver esperança
Caminharei junto ao vento
Estarei firme na terra
Construindo e formando a nova aliança

Enquanto houver esperança
Deus estará comigo
Mantendo a fera mansa
E assim estarei protegido

Enquanto houver esperança
Poderei admirar as estrelas brilhantes
Viajarei no formato das nuvens
E brincarei de poesia com vogais e consoantes

Enquanto houver esperança

Tudo será possível
Só os preguiçosos cairão
Mais minhas missões serão conquistadas com confiança

Enquanto houver esperança
O amor irá se multiplicar
Meu coração não vai falecer
Pois terei em meus pulmões, nem que seja a última gota de ar.

Fábio Fena

TEMPO

O TEMPO É CURIOSO
O TEMPO É PERIGOSO
O TEMPO É MISTERIOSO
O TEMPO É OCIOSO,

O TEMPO DO TEMPO NÃO DÁ TEMPO
TEMPESTADE DO TEMPO É TEMPO TEMPO
SEM TEMPO,COM TODO TEMPO
CORRO, FUJO, ME ESCONDO DO TEMPO

LÁ VEM,
LÁ VAI
ONDE ESTÁ
O TEMPO?

O TEMPO DE TODOS OS TEMPOS
SURGI E DESAPARECE
LEVA E TRÁS
CRIA E DESTROI
ESSE É O TEMPO
POIS PASSOU O TEMPO

MAS VEM SEMPRE OUTRO TEMPO
O TEMPO INSEGURO
O TEMPO DE APURO
QUE TEMPO, QUANTO TEMPO

MAS LEMBRO SEM PERDER O TEMPO
QUE POR TODO TEMPO O TEMPO É TEMPO
SEM DAR TEMPO

UM TEMPO
UM TEMPINHO
UM TEMPÃO
TODO TEMPO É IRMÃO
MAIS VELHO MAIS NOVO OU NÃO.




Fábio Fena – 13/11/2008

Saudades


Sentimento

TRISTEZA, ANGUSTIA, SOLIDÃO, SAUDADE
SENTIMENTOS IMENSOS E FORTES
SENTIMENTOS ABSTRATOS E CONCRETOS
A DESCRIÇÃO DE MINHA REALIDADE

SINTO, SINTO,
POR TODO MOMENTO EU SINTO
QUE FALTOU MAIS PALAVRAS
QUE FALTOU MAIS CARINHOS

TANTO ME AMASTES
E COMO TE AMEI
TANTO ME PROTEJESTES
E COMO TE MAGOEI

SENTIDO, SEM SENTIDO
MAGOEI A PESSOA QUE MAIS AMEI
FERÍ, FIZ FERIDA
ANGUSTIA DE O TEMPO NÃO TER REPLAY

VEM PROBLEMAS VEM SOLUÇÃO
DESSA VEZ NÃO,
A PERDA É DEFINITIVA
E A DOR A MINHA SINA

ADEUS,ADEUS MAMA,
OBRIDADO Ó MINHA RAINHA
MEU TESOURO ETERNO
QUE EM MEU CORAÇÃO ME GUIA!




Fábio Fena – 13/11/2008

sábado, 23 de maio de 2009

Lei do Segredo

Existem coisas escondidas

Mas prefiro as bem guardadas

Bem guardadas, de curiosos e invejosos

Segredos, imensos e profundos


O segredo não foi feito para ser contado

Muito menos comentado

Deve ser guardado a sete chaves

E as sete jogadas ao vulcão


Um segredo revelado

É preciso pensar bem

Pode ser um caminho amaldiçoado

Sem ter volta para esse trem


Então antes de falar

Tenha muito cuidado

Pois quando o trem partir

O que está escrito será consumado


Agora vem o curioso

Sempre parado ao seu lado

Esperando seu vacilo

Para roubar o que está guardado


Pobre coitado

Tolo e tapado

Nem se quer sabe

Que aquele que escuta também é amaldiçoado


Por isso para finalizar

Um conselho te darei

Antes de declarar ou perguntar

Lembre-se bem desta lei.


Fábio Fena